História
História de Rio Espera, Minas Gerais - MG
Histórico do Município: Rio Espera, Minas Gerais - MG
Gentílico: rio-esperense
A região fora primitivamente habitada por índios, os quais, no entanto, nada lhe legaram, devido à sua condição atrasada e sua tendência para a ociosidade. Em 1710, partindo do arraial de Itaverava e atravessando a vau o rio Piranga, Manoel de Melo, que chefiava um grupo de exploradores paulistas, acampou no lugar onde é hoje a Praça da Piedade, o ponto mais central da cidade. Ali, após dividir seus chefiados em 3 turmas, ordenou que cada uma partisse em rumo diferente ficando à espera no local determinado, a fazer também explorações. Indo a Itaverava, acompanhado de sua gente, a fim de previnir víveres, voltou no ano seguinte com um número maior de aventureiros, lançando os fundadores de uma fazenda e continuando suas pesquisas.
Nestas, encontrou algum ouro de aluvião, mas não tendo a extração dado lucros, abandonou-a e passou a se dedicar á cultura de cereais e produtos de pequena lavoura, não sem dificuldades, pois nesse tempo a atividade era exercida por processo muito rudimentar. Fala-se de outros exploradores, estes portugueses, que encontraram no povoado onde hoje é a vila de Lamim, uma tribo de índios pacíficos, cujo chefe, já sexagenário, chamava-se Bacaia, e sua mulher, a índia Pataratara. Esses exploradores Francisco de Souza Rêgo, Pedro José da Rosa e José Pires Lamim, este falecido e sepultado no povoado, em memória do qual foi a vila chamada Lamim.
Os escravos africanos encontrados em Rio Espera, no seu primeiro meio de existência, eram numerosos, e contribuíram muito com sua disposição para o trabalho, atividade e muita saúde, para o progresso que pouco a pouco se notou no povoado.
Os habitantes do crescente arraial requereram ao Bispo de Mariana Provisão para ser erigida uma capela em honra a Nossa Senhora da Piedade. Tal Provisão concedida, não foi no entanto aproveitada, porque, tendo surgido desavenças com o abastado português Francisco de Souza Rêgo, que desejava que a capela se localizasse em sua fazenda, resultou de tais incompreensões o desaparecimento da Provisão. No entanto, o Bispo, novamente solicitado, fez nova concessão, não sem censurar Souza Rêgo, como culpado do desaparecimento da primeira.
Em 1760, foi demarcado o lugar para a construção da capela, tendo esta sido concluída depois de 5 anos, quando então foi celebrada a 1º missa, a 25 de dezembro de 1765, pelo padre Manoel Ribeiro Taborda, primeiro vigário de Itaverava
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança, pelas leis provinciais nºs 471, de 01-06-1850 ou 1858, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Piranga.
Elevada à categoria de município com a denominação de Rio Espera, pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911, desmembrado de Piranga. Sede na antiga povoação de Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-06-1912
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, o município adquiriu o distrito de Lamim, do município de Conselheiro Lafaiete.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Rio Espera e Lamim.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950.
Pela lei nº 1039, de 12-12-1953, é criado o distrito de Piranguita (ex-povoado de Conceição da Piranguita) e anexado ao município de Rio Espera.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 2 distritos: Rio Espera e Piranguita.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, é criado o distrito de Rio Melo e anexado ao município de Rio Espera.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 3 distritos: Rio Espera, Piranguita e Rio Melo.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alteração toponímica distrital
Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança para Rio Espera, alterado pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911.
Fonte: Biblioteca do IBGE / Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVII ano 1959